Doença de Peyronie: Entenda as Causas, Sintomas e Tratamentos

Doença de Peyronie

A Doença de Peyronie, também conhecida como curvatura peniana adquirida, é uma condição médica que provoca a formação de tecido cicatricial (placas de peyronie) no interior do pênis. Essas placas podem causar deformidades, incluindo curvatura, encurtamento ou estreitamento do órgão, causando dor e dificuldades durante a relação sexual. É mais frequente nos pacientes mais velhos e gera as mais diversas deformidades penianas, o que pode comprometer significativamente a vida sexual do paciente.

Causas e Fatores de Risco

Ainda não há consenso sobre as causas exatas da doença de Peyronie. Contudo, presume-se que traumas penianos recorrentes, como aqueles que ocorrem durante atividades sexuais intensas ou práticas esportivas, possam estar relacionados à formação das placas características da condição. Adicionalmente, fatores genéticos e condições associadas, como diabetes e disfunção erétil, bem como pacientes que passaram por prostatectomia radical ou sofrem de doença de Dupuytren, apresentam maior risco para o desenvolvimento da doença de Peyronie.

Sintomas da Doença de Peyronie

A Doença de Peyronie apresenta duas fases distintas:

Fase Aguda: é a etapa inicial da doença, quando os principais sintomas são início e progressão da curvatura peniana, dor, encurtamento e deformidades no pênis.

Fase Crônica: nesta fase, a dor geralmente já desapareceu e a deformidade se estabiliza, sem progressão nos últimos meses.

O diagnóstico da Doença de Peyronie é realizado com base na história clínica do paciente e no exame físico, sendo comum encontrar placas endurecidas palpáveis no pênis. Menos de 10% dos pacientes apresentam melhora espontânea na curvatura, enquanto a maioria enfrenta piora ou estabilização da condição.

Os sintomas mais comuns da Doença de Peyronie são:

1. Curvatura peniana: A formação de placas pode provocar curvaturas no pênis, variando de leves a acentuadas.

2. Dor peniana: Principalmente na fase aguda da doença, a dor pode ocorrer durante ereções.

3. Dificuldades na relação sexual: A combinação de curvatura e dor pode tornar o ato sexual desconfortável ou até mesmo inviável.

4. Disfunção erétil: A doença de Peyronie pode desencadear ou agravar problemas de ereção

Tratamentos para a Doença de Peyronie

O tratamento para Peyronie depende do momento do diagnóstico, da fase em que o paciente se encontra, da gravidade dos sintomas e do impacto na qualidade de vida do paciente.

Algumas opções de tratamento incluem:

1. Medicação: muitos remédios para doença de peyronie já foram testados, como a vitamina E, tadalafila, POTABA, colchicina e a pentoxifilina, com intuito de reduzir a inflamação e a progressão da doença. Porém nenhum é considerado altamente efetivo e poucos estudos comprovam alguma eficácia. Além disso, são utilizados apenas na fase aguda.

2. Terapia de ondas de choque extracorpórea: este tratamento não invasivo utiliza ondas de choque para estimular a cicatrização e a reabsorção das placas, porém é efetivo apenas para o controle da dor, não reduz a placa e nem trata a curvatura.

3. Injeções na placa: algumas substâncias já foram testadas para o tratamento da placa, com injeções intraplacas, porém os resultados são pobres e pouco efetivos.

4. Cirurgia de peyronie: indicada apenas na fase crônica da doença, para casos nos quais o paciente apresenta dificuldade para relação sexual. Diversas técnicas podem ser utilizadas e falaremos mais sobre elas adiante.

Prevenção da Doença de Peyronie

Embora não seja possível prevenir completamente a Doença de Peyronie, algumas medidas podem ser tomadas para reduzir o risco de desenvolvê-la:

1. Praticar sexo seguro: evitar atividades sexuais vigorosas e usar proteção durante o ato podem ajudar a prevenir lesões penianas.

2. Evitar lesões esportivas: tome precauções ao praticar esportes, principalmente aqueles que podem causar impactos ou traumas no pênis.

3. Controlar condições médicas associadas: se você sofre de diabetes ou disfunção erétil, controlar essas condições pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver a doença.

4. Consultar regularmente um médico: o acompanhamento médico regular pode ajudar a identificar precocemente sinais da Doença de Peyronie, facilitando o tratamento e a recuperação.

Tratamento Cirúrgico para Doença de Peyronie: Soluções e Técnicas para Curvatura Peniana

Na fase crônica, após no mínimo 3 meses sem modificação da curvatura e quando os sintomas relacionados à doença de Peyronie afetam significativamente a qualidade de vida e a capacidade de manter relações sexuais, a cirurgia pode ser considerada como uma opção de tratamento.

Antes de definir a melhor técnica para cada caso, sempre realizamos uma avaliação mais detalhada com um teste de fármaco ereção induzida no consultório, o que permite avaliar melhor a deformidade peniana e ver caso a caso o melhor tratamento ao paciente.

Existem várias técnicas cirúrgicas disponíveis, cada uma com suas vantagens e desvantagens. Devido à grande complexidade dos casos de doença de Peyronie, é extremamente importante o tratamento realizado por um profissional dedicado nessa área, visto alcançar os melhores resultados. Vamos abordar as principais técnicas disponíveis e mais realizadas atualmente.

Plicatura peniana

O procedimento de plicatura peniana consiste na colocação de pontos cirúrgicos no lado oposto à curvatura, promovendo o encurtamento do tecido nessa área e corrigindo a deformidade. Esta técnica é indicada para pacientes com curvaturas de até 60 graus e sem disfunção erétil significativa. A principal vantagem da plicatura peniana é a preservação da função erétil, embora possa resultar em uma perda de comprimento peniano.

A recuperação após a cirurgia de plicatura peniana geralmente é rápida, com a maioria dos pacientes podendo retornar às atividades diárias em poucos dias.

Os resultados da plicatura peniana na doença de Peyronie são geralmente positivos, com a correção da curvatura peniana e a melhora da qualidade de vida e satisfação sexual dos pacientes. No entanto, é importante lembrar que cada caso é único, e a eficácia do tratamento varia de acordo com a gravidade da doença e as condições individuais do paciente.

Excisão ou incisão da placa e colocação de enxerto

O procedimento de excisão ou incisão da placa e colocação de enxerto envolve a remoção (excisão) ou abertura (incisão) da placa fibrosa causadora da curvatura peniana. Em seguida, um enxerto, geralmente feito de material biológico (exemplos: pericárdio bovino e mucosa suína – SIS), é utilizado para preencher o espaço resultante e corrigir a curvatura. Esta técnica visa a recuperar parcialmente ou totalmente o comprimento do pênis e é indicada para pacientes com curvaturas superiores a 60 graus, encurtamento peniano significativo ou com deformidades complexas, quando apresentam uma função erétil preservada.

A recuperação após a cirurgia de excisão ou incisão da placa e colocação de enxerto requer alguns cuidados especiais e acompanhamento médico regular. O retorno às atividades diárias pode ocorrer em poucos dias, em média em 5-7 dias, porém o paciente só poderá fazer esforços intensos apenas após 30 dias. Relações sexuais podem ser retomadas após 6 semanas. Os pacientes devem seguir as orientações para reduzir as chances de contração do enxerto e de recidiva de curvatura, sendo o pós-operatório um período crucial para a recuperação do paciente.

Os resultados da excisão ou incisão da placa e colocação de enxerto na doença de Peyronie são geralmente muito positivos, proporcionando a correção da curvatura peniana e recuperação do comprimento do pênis, além da melhora na qualidade de vida e satisfação sexual dos pacientes.

Implante de prótese peniana – com ou sem técnicas de reconstrução peniana

O implante de prótese peniana é indicado para pacientes com doença de Peyronie e disfunção erétil refratária a outros tratamentos, ou na presença de deformidades muito graves.

Geralmente é realizado junto com manobras que recuperam o comprimento peniano afetado pela doença de peyronie.

O procedimento de implante de prótese peniana envolve a colocação de uma prótese inflável ou semirrígida no interior dos corpos cavernosos do pênis. A escolha do tipo de prótese dependerá das preferências do paciente e do médico, levando em consideração fatores como a facilidade de uso, a aparência, a sensação do pênis após a cirurgia e a duração da prótese. Esta abordagem permite a correção da curvatura, recuperação do tamanho e do calibre do pênis e a recuperação da função erétil.

Próteses infláveis consistem em um sistema de cilindros, bomba e reservatório que permitem ao paciente controlar a ereção por meio do bombeamento de líquido do reservatório para os cilindros. Próteses semirrígidas são compostas por hastes flexíveis que podem ser ajustadas manualmente para a posição desejada, fornecendo uma ereção constante.

Saiba mais sobre o implante de próteses penianas nesse link: https://andrologia.curitiba.br/proteses-penianas/

A escolha do tratamento cirúrgico adequado para a doença de Peyronie depende da gravidade da curvatura, da presença de disfunção erétil e das preferências do paciente e do médico. É crucial discutir as opções disponíveis e os possíveis resultados com um urologista experiente no tratamento dessa doença antes de tomar uma decisão. A cirurgia pode melhorar significativamente a qualidade de vida e a satisfação sexual dos pacientes afetados pela doença de Peyronie, mas também apresenta riscos e possíveis complicações que devem ser considerados.

Todos os pacientes do Dr. Tiago Mierzwa possuem seu contato pessoal e têm a sua disposição o atendimento da equipe 24 horas. Assim, o paciente recebe atendimento de maneira integral, pois a nossa preocupação é entregar a melhor experiência e os melhores resultados para a fertilidade do casal em cada etapa do processo.

Qual é a satisfação dos pacientes que optam pela cirurgia?

A cirurgia da doença de Peyronie pode ser uma opção para pacientes que sofrem de curvatura peniana significativa ou disfunção erétil relacionada à doença. A satisfação dos pacientes que optam por essa cirurgia pode variar dependendo de vários fatores, como o tipo de cirurgia realizada, a experiência do cirurgião e a gravidade da doença.

Em geral, estudos têm mostrado que a cirurgia da Peyronie pode melhorar significativamente a curvatura peniana e a função erétil em muitos pacientes. Uma revisão sistemática de estudos sobre a cirurgia da Peyronie, publicada no Journal of Sexual Medicine, em 2015, mostrou que a maioria dos pacientes relatou uma melhora na curvatura peniana e na função erétil após a cirurgia. Além disso, a maioria dos pacientes demonstrou satisfação com os resultados da cirurgia e uma melhora na qualidade de vida sexual.

Em resumo, a Doença de Peyronie é uma condição que afeta muitos homens, causando desconforto e dificuldades na vida sexual. Entender as causas, sintomas e tratamentos disponíveis é fundamental para controlar a doença e melhorar a qualidade de vida. Se você acredita que pode estar enfrentando essa condição, procure ajuda médica e busque o tratamento adequado para o seu caso. Além disso, não subestime a importância do apoio emocional e da comunicação com o(a) parceiro(a) para enfrentar os desafios da doença.

Muitas outras dúvidas e questões sobre peyronie são frequentes no consultório, tais como:

A doença de Peyronie é uma condição médica que afeta o pênis masculino, caracterizada pela formação de tecido fibroso cicatricial no interior do pênis. Essa condição pode causar deformidades penianas, como encurvamento, acinturamento ou afinamento do órgão, além de gerar dor e desconforto durante a ereção. A doença de Peyronie pode afetar homens de todas as idades, mas é mais comum em homens com idade superior a 40 anos. As causas exatas da doença ainda não são conhecidas, mas acredita-se que possam estar relacionadas a fatores genéticos, traumas penianos ou doenças inflamatórias crônicas. É importante buscar tratamento médico para a doença de Peyronie, pois ela pode afetar negativamente a saúde sexual e psicológica do indivíduo.

A causa exata da doença de Peyronie ainda é desconhecida, mas acredita-se que lesões ou traumas no pênis possam levar ao desenvolvimento da doença. Além disso, algumas pesquisas indicam que a doença pode estar relacionada a fatores genéticos e doenças autoimunes. A idade também pode ser um fator de risco, já que a doença é mais comum em homens acima dos 40 anos.

A doença de Peyronie pode apresentar diferentes sintomas, dependendo da fase em que se encontra. Nos estágios iniciais, os sintomas podem incluir dor no pênis durante a ereção, encurvamento do pênis e nódulos ou áreas endurecidas no pênis. Conforme a doença progride, pode haver uma deformidade mais pronunciada do pênis, dificuldade em ter relações sexuais devido ao encurvamento peniano e, em alguns casos, disfunção erétil. É importante procurar um médico especialista em urologia caso apresente algum desses sintomas para avaliação e diagnóstico precoces.

O diagnóstico da doença de Peyronie geralmente é feito com base nos sintomas apresentados pelo paciente e em um exame físico realizado pelo médico. Durante o exame, o médico pode sentir a placa fibrosa na região afetada e avaliar a curvatura e/ou encurtamento do pênis. Em alguns casos, pode ser necessário realizar exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada, para avaliar a extensão e localização da placa fibrosa. O diagnóstico preciso é fundamental para a escolha do tratamento mais adequado para cada caso.

A doença de Peyronie é relativamente comum, afetando cerca de 5 a 10% dos homens, especialmente aqueles com idade superior a 40 anos. É importante procurar um urologista ou andrologista se você notar quaisquer sintomas ou mudanças no seu pênis, como curvatura, dor ou encurtamento, para um diagnóstico e tratamento adequados.

Não há evidências de que a doença de Peyronie seja hereditária. No entanto, estudos mostram que certos fatores genéticos podem tornar um homem mais propenso a desenvolver a doença. Além disso, a condição pode ter um componente autoimune em sua causa, o que significa que o sistema imunológico do corpo ataca o próprio tecido peniano, levando à formação de cicatrizes. Outros fatores de risco incluem lesões penianas, tabagismo, diabetes e hipertensão arterial.

Existem diversas cirurgias que podem ser realizadas para tratar a doença de Peyronie, sendo que a escolha dependerá da gravidade da condição e das preferências do paciente. Uma opção é a cirurgia de correção da curvatura peniana, que busca endireitar o pênis afetado pela curvatura. Outra opção é a cirurgia de enxerto de tecido, que consiste em retirar um pedaço de tecido de outra parte do corpo e transplantá-lo para o pênis, a fim de corrigir a deformidade. Também pode ser realizada a remoção da placa fibrosa através de uma incisão na área afetada, seguida de enxerto de tecido para reconstrução da estrutura do pênis. É importante lembrar que cada caso é único e que a escolha da cirurgia ideal deve ser feita em conjunto com um médico especialista em urologia e andrologia.

A doença de Peyronie é uma condição na qual ocorre a formação de placas fibróticas no tecido peniano, causando a curvatura anormal do pênis e possível dor durante a ereção. O diagnóstico pode ser feito por meio de exames físicos e de imagem, como a ultrassonografia, por exemplo. Existem diversas opções de tratamento, incluindo medicamentos, terapia de ondas de choque, tração peniana e cirurgia, que visam a reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. É importante buscar ajuda médica assim que surgirem os primeiros sinais da doença.

A doença de Peyronie pode afetar a vida sexual de maneira significativa, pois causa dor e desconforto durante a ereção, além de uma deformidade peniana que pode afetar a autoestima do paciente. A doença também pode levar à disfunção erétil e, em casos mais graves, tornar a penetração impossível. É importante buscar tratamento médico para a doença de Peyronie para minimizar seus efeitos na vida sexual e na qualidade de vida do paciente.

Para falar com o médico sobre a doença de Peyronie, é importante ser sincero e aberto sobre seus sintomas e preocupações. Descreva os sintomas que está sentindo, desde quando eles começaram e como têm afetado sua vida sexual. Além disso, fale sobre seu histórico médico, incluindo quaisquer medicamentos que esteja tomando e se tem alguma condição de saúde preexistente. O médico pode realizar um exame físico e pedir exames adicionais para confirmar o diagnóstico e determinar o melhor tratamento para você. Lembre-se de que a doença de Peyronie é um problema comum e tratável, e que o diálogo aberto com o médico é o primeiro passo para a recuperação.

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Curvatura Peniana Congênita

Algumas crianças já nascem com uma curvatura no pênis. Essa condição afeta cerca de 1% da população masculina e geralmente só é possível notar a deformidade durante a puberdade, devido ao aumento da frequência das ereções e do desenvolvimento peniano.

Se a curvatura tiver até 30° é considerada normal. Quando o ângulo é mais acentuado, pode futuramente trazer problemas durante as relações.

Esta condição se desenvolve porque um dos lados do pênis é maior ou mais elástico do que o outro, causando um pênis torto quando ereto, curvando para o lado mais curto. A curvatura pode ser para o lado, para cima, para baixo ou, em alguns casos, uma combinação desses dois tipos.

Em determinados casos, de acordo com o grau da curvatura, é necessário realizar a correção por meio de um procedimento cirúrgico, que apresenta excelentes resultados no longo prazo associados a baixos riscos de complicações.

Dr. Tiago

Mierzwa

– Mestre em Clínica Cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná

– Coordenador dos Serviços de Andrologia do Hospital Nossa Senhora das Graças e Hospital Universitário Cajuru

– Membro Professor do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia

– Membro da Sociedade Brasileira de Urologia/ American Urological Association/ International Society for Sexual Medicine/ Sociedade LatinoAmericana de Medicina Sexual

– ABEMSS/ Confederación Americana de Urologia/ Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida