Disfunção Erétil

Disfunção Erétil (DE) é a incapacidade persistente em obter e manter uma ereção suficiente para permitir uma relação sexual satisfatória. É uma condição muito prevalente, com estudos evidenciando que mais de 50% dos homens adultos apresentam-na em algum grau.
Essa condição tão frequente pode afetar gravemente a saúde física e psicológica do paciente, influenciando a qualidade de vida tanto do paciente quanto da parceria.
Muitos acreditam que a disfunção erétil é parte inevitável do envelhecimento, mas não é! Embora o problema se torne mais comum à medida que os homens envelhecem, ele pode ser provocado por vários fatores.


A disfunção pode ser ainda, um sinal de alerta precoce para problemas cardiovasculares. As artérias do pênis são semelhantes às coronárias (artérias do coração), porém, no pênis elas são de menor calibre e sua obstrução pode apresentar sintomas muitas vezes antes de qualquer sintoma cardíaco.

Quais as causas?

As principais doenças são classificadas em 4 grandes grupos:

Vasculares: Quando o fluxo sanguíneo no pênis é reduzido. Os fatores de risco para este cenário são hipertensão arterial, diabetes, aumentos dos níveis de colesterol, obesidade e tabagismo.

Neurológica: Quando os impulsos nervosos do cérebro ou da medula espinhal não chegam ao pênis, por alguma doença (diabetes), lesão neural traumática ou cirúrgica, como para o tratamento do câncer de próstata;

Hormonais: como distúrbios de testosterona e tireóide.

Psicogênica: Com o estresse ou por motivos emocionais, sendo essa, uma das causas mais importantes.
Além dessas, o uso de alguns medicamentos, traumatismo e doenças estruturais também podem levar a DE.

Fatores de Risco

É importante analisar o que pode estar por trás da disfunção:

Diabetes;
Pressão alta;
Depressão;
Medicamentos;
Cirurgia de próstata;
Doenças renais;
Alcoolismo crônico;
Esclerose múltipla;
Hábitos e estilo de vida.

Como avaliar?

Todos os pacientes devem passar por uma avaliação clínica minuciosa, procurando entender e diagnosticar os fatores associados a essa condição. Além disso, na busca de possíveis causas podemos utilizar uma avaliação laboratorial ou de imagem. Exames de sangue como colesterol, glicemia e hormônios fazem parte da avaliação dessa alteração. Em casos selecionados podemos lançar mão de outros exames mais específicos.

Doppler peniano com fármaco-indução

É um exame realizado para casos selecionados, pois é um exame mais invasivo, ficando reservado a investigações complementares do mecanismo de ereção peniana. Iniciamos o exame com aplicação de uma pequena injeção no pênis, com objetivo de criar uma ereção rígida. Após essa etapa, será realizado avaliação de comprimento, rigidez e presença de deformidades penianas. Por último uma avaliação vascular com o ultrassom e doppler, buscando entender o funcionamento estruturas internas e o fluxo sanguíneo de entrada e saída do pênis.

Como tratar?

O tratamento deve ser individualizado a cada caso, para que possam ser avaliados e tratados de forma adequada. Após uma avaliação de tratamento de causas base, normalmente se inicia com melhoras de hábitos de vida e tratamentos não medicamentosos aliados a medicações orais. Quando esses tratamentos não são efetivos, são contra indicados ou intoleráveis pelo paciente, devemos nos preparar outras linhas de tratamentos.

Tratamento não medicamentoso

O entendimento dos fatores associados é a primeira parte de qualquer tratamento, sendo fundamental o controle e melhora fatores de risco como por exemplo: diabetes, hipertensão arterial, alterações de colesterol e hormonais. Além disso em pacientes onde o componente psicogênico é significativo, uma avaliação e acompanhamento com sexólogo irá auxiliar no tratamento. Melhora dos hábitos de vida com realização de exercício físico, suspensão do tabagismo, redução dos níveis de estresse, redução de peso irão também auxiliar nessa melhora. Em alguns pacientes podemos utilizar dispositivos a vácuo, que permitem o desenvolvimento de uma ereção sem uso de medicações. Seu uso deve ser bem orientado pelo profissional e apresenta indicações seletivas com poucas contraindicações.

Tratamento medicamentoso oral

O tratamento mais comumente conhecido é com uso de medicamentos orais, que são os inibidores da 5 fosfodiesterase. Essas medicações atuam no tecido peniano promovendo o relaxamento dos vasos e permitindo o aumento do fluxo sanguíneo para o interior do órgão, servindo como um facilitador da ereção. Os pacientes devem ser avaliados de forma individual antes do uso, verificando se terá benefícios e não apresenta contraindicação. Esses medicamentos são seguros quando indicados, com poucos efeitos colaterais e bons resultados. Seu uso pode ser diário, antes das relações ou uma combinação de ambos.

Tratamento com injeção intracavernosa (injeção peniana)

Esse tratamento é considerado uma segunda linha para abordagem de disfunção erétil, apresenta ótimos resultados e pode ser usado com segurança em paciente de qualquer idade, desde que não tenha contra indicação e seja realizado de forma adequada. Após treinamento em consultório pelo médico, com o paciente seguro, ele realizará as aplicações em casa, mantendo o acompanhamento especializado regularmente.
Após injetada com agulhas extremamente finas e indolores, as medicações relaxam a musculatura lisa do pênis e dilatam os vasos, permitindo o aumento de fluxo sanguíneo para o interior do pênis desencadeando a ereção. O tempo de inicio de ação é cerca de 10 minutos e a dose ajustada para que a ereção não passe de 1 hora. Embora pouco frequentes, os principais efeitos colaterais são dor, hematoma ou equimose no local da aplicação, ereções prolongadas, fibrose peniana e priapismo.

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Próteses Penianas

A prótese peniana é uma terapia de terceira linha para DE, considerada como tratamento definitivo é indicada para pacientes com disfunção erétil grave, que falharam ou não podem fazer uso de outros tratamentos.
Os dois principais modelos de próteses penianas são:⠀
– Prótese peniana inflável – é mais discreta e tem a possibilidade de inflar e retomar a flacidez completa do pênis quando for mais conveniente para o paciente. Possui 3 componentes e se assemelha mais a ereção natural.
– Prótese maleável ou semirrígida – por meio do implante de 2 cilindros de silicone com fio de liga metálica, permitimos uma rigidez peniana para penetração. Como tem boa maleabilidade, é mais simples de manusear e de fácil uso. Indicada principalmente para pacientes com menores destrezas manuais.


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Outros tratamentos

Além dos tratamentos padrões mais comumente utilizado, outros tratamentos vêm sendo estudados, alguns ainda com baixos níveis de evidencia e indicações específicas. Dentre eles estão: litotripsia com ondas de choque de baixa intensidade, alprostadil intrauretral, alprostadil tópico, plasma rico em plaquetas, entre outros.

***Todos os tratamentos de disfunção erétil apresentam riscos, benefícios e complicações. Portanto todos os pacientes devem ser avaliados de forma individualizada para entender seu problema e definir juntamente com seu médico o melhor tratamento, nunca deve ser realizado algum tratamento sem orientação de um profissional da área.