As infecções recorrentes no pênis são uma queixa comum nos consultórios urológicos. Muitos homens relatam episódios frequentes de vermelhidão, dor, secreção, coceira ou mau cheiro na região íntima. Em alguns casos, os sintomas desaparecem com o uso de medicamentos, mas voltam em pouco tempo, o que pode indicar a presença de um fator persistente que precisa ser investigado com mais atenção. Assim, quando as infecções são repetitivas, não basta tratar os sintomas. É indispensável entender o que está causando o problema e corrigir a origem.
Diversas condições podem estar relacionadas às infecções penianas de repetição. Entre elas, a mais comum é a fimose, que dificulta a higienização completa da glande e favorece o acúmulo de umidade, esmegma e resíduos. Dessa forma, o ambiente se torna propício para o crescimento de fungos e bactérias. Além disso, outros fatores também contribuem, como higiene inadequada, uso frequente de antibióticos e doenças como o diabetes, que altera a imunidade e favorece infecções de pele.
Mas a boa notícia é que, mesmo quando os episódios se repetem, é possível investigar as causas e tratá-las com segurança. Para isso, o acompanhamento com um urologista é fundamental. O médico pode identificar padrões, solicitar exames e propor medidas eficazes de prevenção, que vão muito além do uso pontual de pomadas e comprimidos.
Infecções recorrentes no pênis: fatores que favorecem a repetição dos quadros
Quando falamos em infecções recorrentes no pênis, é importante considerar que o problema pode ser multifatorial. Afinal, em muitos casos, o paciente apresenta uma combinação de fatores anatômicos, comportamentais e metabólicos que aumentam a chance de infecção. Um dos fatores mais ignorados, por exemplo, é o uso de roupas apertadas e tecidos sintéticos, que abafam a região e criam um ambiente úmido e quente, ideal para o crescimento de microrganismos.
Além disso, a candidíase recorrente na parceira também pode contribuir para a reinfecção, criando um ciclo que só se interrompe com o tratamento do casal. Outro ponto importante é a resistência a antibióticos ou antifúngicos, especialmente em quem usa esses medicamentos de forma repetida ou sem prescrição médica. Quando isso acontece, o organismo não responde mais aos tratamentos convencionais, e desse modo a infecção retorna rapidamente.
Homens com sistema imunológico fragilizado, seja por doenças crônicas ou por estresse elevado, também têm mais chances de desenvolver infecções de repetição. Por isso, o olhar do especialista precisa ser abrangente, avaliando não apenas os sintomas locais, mas todo o contexto clínico do paciente. A partir disso, é possível definir se o tratamento deve incluir medidas de higiene, ajuste hormonal, controle de doenças de base ou até mesmo cirurgia, como a postectomia.
Dr. Tiago
Mierzwa


– Mestre em Clínica Cirúrgica pela Universidade Federal do Paraná
– Coordenador dos Serviços de Andrologia do Hospital Nossa Senhora das Graças e Hospital Universitário Cajuru
– Membro Professor do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia
– Membro da Sociedade Brasileira de Urologia/ American Urological Association/ International Society for Sexual Medicine/ Sociedade LatinoAmericana de Medicina Sexual
– ABEMSS/ Confederación Americana de Urologia/ Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida
Como tratar e prevenir de forma definitiva
O tratamento das infecções recorrentes no pênis precisa ser individualizado. Antes de qualquer conduta, o médico avalia o histórico do paciente, o padrão das infecções e os resultados dos exames laboratoriais. Em alguns casos, é necessário coletar material da lesão para identificar o agente causador com precisão. Esse passo é fundamental para evitar o uso incorreto de medicamentos e garantir que o tratamento seja eficaz.
Se a causa principal for fimose, o médico pode indicar a postectomia, cirurgia simples que remove o excesso de pele e facilita a higiene diária. A correção anatômica costuma trazer ótimos resultados, reduzindo significativamente os episódios de infecção. Já nos casos relacionados ao diabetes, o controle glicêmico é parte essencial da estratégia terapêutica. O paciente precisa aprender a monitorar sua saúde de forma mais ampla, entendendo que o pênis pode ser um sinal de alerta para outras alterações no corpo.
Além do tratamento, a prevenção também deve ser parte do plano. A higiene diária adequada com sabão neutro e o uso de roupas íntimas de algodão são medidas simples que reduzem bastante o risco de novos episódios. Agende uma consulta no Instituto de Andrologia Curitiba – Dr. Tiago Mierzwa.