A impotência sexual já foi um problema que preocupava, principalmente, o sexo masculino, uma vez que isso significava uma redução do prazer pessoal e a ausência da capacidade de procriar. Hoje em dia, os estudos estão bem mais avançados e existem muitas maneiras de corrigir esses problemas.
Os problemas sexuais em homens incluem:
●Incapacidade de adquirir ou manter uma ereção satisfatória para a relação sexual (também chamada de disfunção erétil):
●Falta de interesse por sexo (diminuição da libido);
●Ejaculação precoce;
●Ejaculação retardada ou inibida;
●Curvatura peniana (doença de Peyronie).
Hoje, vamos abordar esta última disfunção, a doença de Peyronie:
Até 7% dos homens podem experimentar uma curvatura anormal do pênis quando ele está ereto. Isso é conhecido como doença de Peyronie. A causa mais comum desta condição é o trauma peniano que ocorre durante a relação sexual. O pênis desenvolve uma cicatriz, a qual faz com que o pênis dobre quando estiver ereto. Curvaturas penianas significativas podem resultar em dor, ereções deficientes e incapacidade de manter relações sexuais. Se o pênis dobrar mais de 60 graus, os casais geralmente não conseguem ter relações sexuais. Essa manifestação deixa essa população bastante angustiada.
Patogênese
A patogênese subjacente dessa doença é desconhecida, mas é provavelmente multifatorial com uma interação entre predisposição genética, trauma e isquemia tecidual. A lesão subjacente dessa condição é uma placa fibrosa que contém colágeno excessivo, uma estrutura alterada de fibras elásticas reduzidas e fragmentadas e proliferação fibroblástica que altera a anatomia peniana.
A placa fibrosa causa inelasticidade focal e pode comprometer a função erétil. Essas estruturas podem ser fibrosas, conter áreas de calcificação ou estar completamente ossificadas. A maioria das autoridades postula que essa disfunção resulta de traumas menores repetidos, os quais podem nem ser percebidos pelo homem durante a relação sexual.
Sintomas
Os sintomas de apresentação da doença de Peyronie incluem dor peniana, nódulo/placa, recuo, curvatura, deformidade ou encurtamento durante a ereção, bem como disfunção sexual. A dor peniana ocorre principalmente durante a ereção e geralmente remite dentro de 12 a 24 meses do início das manifestações.
As deformidades dessa condição são variadas, mas podem se manifestar como curvatura, indentação, placa ou nódulo palpável, estreitamento da ampulheta, encurtamento peniano (com ou sem curvatura) ou em combinação desses caracteres. Esse tipo de disfunção é mais evidente durante a ereção, pois a complacência túnica fica comprometida e os corpos cavernosos são incapazes de se expandir normalmente.
Curvatura severa ou complexa e rigidez peniana comprometida podem tornar a relação sexual com penetração impossível. A disfunção erétil está presente em 20 a 50% dos homens com essa condição e ocorre devido à deformidade que impede o coito, pênis instável (fibrose cavernosa ou comprometimento vascular), ansiedade de desempenho (psicológica) ou ereções prejudicadas devido à disfunção veno-oclusiva.
A qualidade de vida do paciente e da parceira é significativamente afetada, uma vez que os homens com essa doença apresentam maior risco de depressão, baixa autoestima e dificuldades de relacionamento (especialmente manutenção da intimidade ou namoro), além de problemas de imagem corporal, dor e desconforto.
Tratamento
As opções de tratamento médico para a Doença de Peyronie geralmente incluem terapia medicamentosa oral ou intralesional. A eficácia desse tratamento médico melhorou desde a aprovação da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA para a injeção de colagenase Clostridium histolyticum (CCH) em 2013. Na maioria dos casos, o tratamento médico deve ser iniciado assim que o diagnóstico for feito. O manejo cirúrgico pode ser considerado para pacientes com deformidade peniana que compromete a função sexual e cujo transtorno persiste por mais de 12 meses e é refratário à terapia medicamentosa.
O manejo cirúrgico é indicado para pacientes cuja doença de Peyronie persiste por mais de 12 meses e está associada a uma deformidade peniana que compromete a função sexual. É importante atrasar a cirurgia até que essa condição esteja estável por pelo menos três meses. Pois, os resultados cirúrgicos podem ser comprometidos pela doença ativa. A cirurgia não é indicada para placa sem curvatura ou graus mínimos de curvatura, embora grau mínimo seja de medida subjetiva.
O principal determinante é se a relação sexual sem dor (para paciente ou parceiro) é possível. Assim, a curvatura que não impede a relação sexual não justifica a cirurgia. A implantação simultânea de uma prótese peniana é indicada em homens com doença de Peyronie e disfunção erétil que não respondem a agentes orais ou terapia de injeção intracavernosa.